5 drinks com histórias surpreendentes

Um drink não é feito apenas pelo equilíbrio das bebidas que o compõem. Para além de sabores e aromas, coquetéis têm história – e algumas delas, com o perdão do trocadilho, certamente entram para a história.

As origens destes cinco drinks inegavelmente são capazes de encher copos e taças: o Old Fashioned e o Gin & Tônica já estão entre nós há mais de um século, enquanto o Johnnie Highball é um twist de um dos primeiros drinks da coquetelaria. O Moscow Mule, certamente, é o que podemos chamar de um clássico contemporâneo, enquanto o Maranguápe tem suas raízes fincadas no Brasil, mas com referências históricas bem duradouras.

Enfim: sente porque lá vêm histórias – afinal, é ainda melhor aprender a fazer estes incríveis drinks sabendo a origem de cada um.

Gin & Tônica

Um remédio amargo. Assim era vista a água de quinino (a versão mais rústica daquilo que conhecemos hoje como água tônica) por soldados e colonizadores britânicos que chegaram à Índia no século XIX. A mistura era tomada pelos europeus no continente asiático como forma de se precaverem contra a malária. O gin, de popularidade cada vez maior na Inglaterra, entrou na fórmula para deixar a ‘receita médica’ mais palatável.

O sucesso, aliás, foi muito além do campo da medicina, e hoje o Gin & Tônica é um dos drinks mais populares do planeta.

Experimente a versão com:

50 ml de Tanqueray London Dry
200 ml de água tônica
2 gomos de limão-taiti
1 ramo de alecrim
(graduação alcoólica: 5,03g)

E principalmente: agradeça aos súditos da Rainha pelo experimento etílico bem-sucedido de séculos atrás!

Old Fashioned

O Old-Fashioned leva a fama de ser o primeiro coquetel clássico da história – algo que o próprio nome já deixa claro. Não por acaso, antes de ser chamado assim, o seu nome era simplesmente Whisky Cocktail – coquetel sendo, na definição do início do século XIX, uma mistura de um destilado, açúcar, um pouco de água e bitters. Além disso, novas bebidas e licores foram surgindo com o passar das décadas, mas os frequentadores de bares das antigas preferiam o clássico, e faziam questão de exaltar na barra: “quero o drink feito à moda antiga”. 

Variações e twists a parte, a fórmula tradicional do Old-Fashioned vai muito bem, obrigado. Elabore o seu com:

50 ml de Bulleit Bourbon
15 ml de xarope de açúcar
3 lances de Angostura bitters
uma espiral de laranja
(graduação alcoólica: 5,26)

E, finalmente, comprove que certos clássicos nunca saem de moda.

Moscow Mule

A história por trás do Moscow Mule é daquelas que, de tão improvável, certamente poderiam entrar na categoria de ficção se não tivesse realmente acontecido. São três personagens centrais: John Martin, o empresário que buscava popularizar a vodka em território americano; Jack Morgan, dono de um bar em Los Angeles que procurava uma maneira de se livrar de um grande estoque de refrigerante de gengibre que havia encalhado; e Ozeline Schmidt, herdeira de uma família cuja empresa de produção de peças de cobre enfrentava problemas para vender seus produtos.

A ideia de misturar vodka ao refrigerante de gengibre (além de suco de limão) e servir em uma caneca de cobre vem de 1941. Em 2018, experimente uma versão com:

50 ml de vodka Ketel One
15 ml de xarope de açúcar
25 ml de suco de limão-taiti
40 ml de xarope de gengibre
100 ml de água tônica
Hortelã para finalizar
(graduação alcoólica: 4,67 g)

Johnnie Highball

As origens do Highball são controversas e nebulosas. Ainda assim, uma das histórias que relaciona o termo ao universo dos drinks se destaca. No século XIX, Highball era uma técnica utilizada pelos ferroviários em séculos passados para avisar a partida de um trem da estação. O gesto era banal: dois assobios curtos e um longo. A lógica se aplicava exatamente à elaboração de um coquetel tão ligeiro quanto simples de ser feito: destilado e água gasosa.

O Johnnie Highball honra as raízes dessa categoria de coquetéis, mas dá um twist tropical à combinação de elementos. Aos 40 ml de Johnnie Walker Gold Label Reserve, soma-se 40 ml de água de coco no copo (Highball, claro!) com gelo, pronto para ser completado com água tônica e uma fatia de laranja (graduação alcoólica: 12,6 g).

Maranguápe

Não é exagero dizer que o Maranguápe já nasceu clássico. A cidade no interior do Ceará que dá nome ao drink, aliás, marca as origens da centenária Ypióca, a marca de cachaça mais antiga do Brasil – representada na receita pelo rótulo Ypióca Cinco Chaves. Para além da geografia, todavia, o coquetel buscou inspiração em um clássico da coquetelaria, o Manhattan. 

O distrito de Nova York batiza o drink homônimo que surgiu nos bares americanos no fim do século XIX. Por aqui, o Maranguápe mistura suas duas referências geográficas para dar origem a um drink com sotaque brasileiro. A receita, com 60 ml de Ypióca Cinco Chaves, 15 ml de xarope de açúcar, 30 ml de vermute tinto e 2 lances de Angostura bitters de laranja (graduação alcoólica: 19 g) é capaz de atestar o DNA cheio de sabor do coquetel, então não perca tempo para preparar o seu. Será, certamente, uma celebração única!

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