Major Bar celebra e resgata legado cultural do centro histórico paulistano 

Conectando a boemia de diferentes eras, o espaço focado em discotecagem com vinil usa e abusa de referências da noite no décor e na carta de drinks.

O Major Bar nasceu com o propósito de resgatar os tempos em que a rua Major Sertório – onde está localizado – pulsava ao som da música e da vida noturna. A região batizada como “boca do luxo”, nos arredores do edifício Copan, fervia na década de 1970. Após alguns anos de ostracismo, o bairro volta a brilhar com a chegada dos novos inquilinos. 

“Como paulistana, meu sonho sempre foi contribuir, de alguma forma, para a revitalização do centro da cidade. E acredito que isso só será possível por meio da cultura”, conta Jéssica Peres, sócia e proprietária do Major Bar.

A atmosfera do local reflete esse espírito. Na decoração, detalhes como abajures vintage, quadros a óleo, televisões de tubo e filmadoras VHS ajudam a compor o clima nostálgico. No teto, as luzes de LED vermelho adicionam um toque moderno e descolado, remetendo à aura sensual e vibrante da era referenciada pela empresária.

Não faltam mitos relacionados à “boca do luxo”, pois de boca em boca, essas lendas seguem vivas na memória da juventude de outrora e foram passadas às novas gerações. A carta de drinks oferece opções batizadas com os nomes de personagens e histórias que marcaram a região. 

Por exemplo, a lenda urbana da cortesã que vagava nas ruas foi eternizada no coquetel La Cortesaña. Já o Suite 77 lembra a mulher que desapareceu no hotel mais famoso da região e o Carta Perdida remete à carta sigilosa do ex-prefeito à amante. 

Além dos coquetéis autorais, encontram-se versões atualizadas de clássicos, como Mark Twain, preparado com whisky Bulleit Bourbon, limão siciliano fresco e um toque de angostura. O resultado? Um drinque que equilibra força, amargor e acidez, suavizado pelo dulçor natural do destilado.

“Essa região viveu um auge artístico que queremos relembrar e reinterpretar com respeito e contemporaneidade”, conta Jéssica Peres. Dentro desse enredo cinemático, a música é protagonista. Com as portas abertas desde março, o bar funciona de quarta a sábado e recebe DJs todas as noites. 

Por lá, cerca de 99% dos sets são em vinil, garante a proprietária. Desde então, a casa recebeu nomes como o DJ japonês e a veterana Mari Rossi, e foi palco para formatos inéditos como a festa da agência Icon, que reuniu a compositora e produtora Mahmundi, o músico Gustavo Bertoni e o DJ Gui Scott, sócio da festa GopTun. Se depender da procura do público, que mantém a pista animada, muitas histórias ainda vão rolar por ali. 

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