Engana-se quem pensa que whisky é coisa de homem. Além de sexista, tal afirmação é completamente equivocada – até porque, desde os primórdios, as mulheres sempre estiveram presentes na história da bebida.
Vale lembrar que, antes mesmo da revolução industrial, a destilação do whisky geralmente acontecia nas casas, com a participação direta das mulheres em todo o processo.
Atualmente, elas já correspondem a 31% dos consumidores da bebida no Brasil e muitas ocupam lugares de destaque na indústria em todo o mundo.
Assim como acontece com outras bebidas, a exemplo de vinho e cerveja, existem whiskies com perfis sensoriais distintos, incluindo alguns muito suaves, que servem como porta de entrada para novas apreciadoras.
A versatilidade da bebida – que pode ser servida de muitas formas: pura, com gelo ou compondo saborosos coquetéis – também garante o seu sucesso entre o público feminino.
Degustação superior
Estudos indicam que o olfato feminino é muito mais apurado do que o masculino. Segundo levantamento do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, as mulheres têm entre 40% e 50% mais células no bulbo olfativo, área do cérebro responsável por processar odores.
Essa característica natural talvez ajude a explicar por que elas cada vez mais se apaixonam pela complexidade de aromas e sabores do whisky.
A seguir, conheça 5 mulheres fundamentais na história da bebida:
Helen Cumming
Helen Cumming foi a primeira mulher a comandar uma destilaria de whisky escocês. Em 1811, ela fundou a Cardhu em parceria com o marido, John Cumming, numa época em que a Escócia havia vetado o funcionamento das destilarias de pequeno porte.
De forma artesanal e corajosa, Helen comandava a produção e venda da bebida em sua própria casa. A atividade permaneceu ilegal até que a destilaria foi oficialmente licenciada em 1824.
Tempos depois, ela passou seu legado para outra pioneira – sua nora Elizabeth – que assumiu o controle da destilaria por volta de 1870.
Sob a direção de mulheres, a Cardhu cresceu e se consagrou como uma das principais fabricantes de scotch. Posteriormente, em 1893, a empresa se tornou a primeira destilaria a ser comprada pela Johnnie Walker, que até mantém vivos o legado e a marca de Helen Cumming.
Emma Walker
Um dos whiskies escoceses mais famosos do mundo, Johnnie Walker também tem sua produção comandada por uma mulher desde o início de 2022.
Emma Walker – cujo sobrenome idêntico ao da marca é apenas uma coincidência – é a primeira mulher a assumir a função de master blender do destilado em 200 anos de história.
![Emma Walker](https://seubarcms.br.thebar.com/wp-content/uploads/2022/04/Emma-Walker-1024x682.jpg)
Apaixonada pelos aromas e sabores do whisky, Emma Walker é colaboradora da Diageo há 13 anos e participou do desenvolvimento do rótulo Johnnie Walker Blue Label Ghost & Rare, entre outros.
Maureen Robinson
Outra pioneira na indústria do whisky escocês, Maureen Robinson é formada em química, mas desde a década de 1970 dedica-se a estudar a destilação do scotch.
Com mais de 40 anos de experiência, ela já criou muitos blends e single malts
lendários, sendo hoje a master blender da Diageo responsável pelos whiskies da marca Buchanan’s.
![Maureen Robinson](https://seubarcms.br.thebar.com/wp-content/uploads/2022/04/Maureen-Robinson-1024x683.jpg)
Envolvida em praticamente todas as etapas de fabricação da bebida – do conceito ao lançamento – cabe a Maureen a missão de padronizar o sabor, o envelhecimento e o teor alcoólico da bebida, além da criação de blends.
Considerada uma das maiores autoridades em whisky da atualidade, Maureen também é jurada em concursos da bebida. Em 2012, recebeu a nomeação Keeper of the Quaich, honraria concedida às personalidades que contribuíram de forma expressiva para a promoção do whisky escocês.
Rita Taketsuru
Conhecida como a “mãe do whisky japonês”, Rita Taketsuru nasceu na Escócia em 1896 com o nome de Jessie Roberta Cowan.
Após casar-se com o japonês Taketsuru Masataka, Rita adotou o nome pelo qual ficaria conhecida mundialmente devido às suas contribuições para o desenvolvimento de uma das destilarias de whisky pioneiras do Japão.
Ao lado do marido, Rita ajudou na construção da Nikka Whisky Distilling, fundada em 1934 e até hoje uma das mais conhecidas e bem-sucedidas destilarias de whisky do país.
Aimée Gibson
Jovem talento em ascensão, Aimée Gibson faz parte do time de blenders da Johnnie Walker.
Detalhista e dona de habilidades analíticas únicas, ela colabora para inovar e garantir a excelência dos blends, sempre priorizando a qualidade e o sabor das misturas.
Em 2017, Aimée foi premiada no International Spirits Challenge Rising Star Award, competição que acontece em Londres envolvendo a indústria mundial de destilados.
Além delas, o universo do whisky está cada vez mais repleto de mulheres incríveis e suas histórias inspiradoras. Um brinde a todas as mulheres.
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