Entenda o complexo processo de fabricação do seu scotch favorito
Do cereal à maturação em barris de carvalho, a produção de whisky é uma arte antiga e complexa, que evoluiu da manufatura em alambiques caseiros para a fabricação industrial em grande escala.
Embora utilize poucos ingredientes em sua fórmula – água, levedura e algum tipo de grão (cevada, trigo, milho, centeio) – o whisky escocês passa por uma série de processos complexos e demorados que determinam as características sensoriais de cada rótulo e estilo de whisky.
Fatores como os tipos de grãos utilizados, local de repouso, tempo de maturação e tipo de barril são determinantes para o caráter e sabor do destilado.
A seguir, saiba um pouco mais sobre as etapas de produção do whisky:
Maltagem
A maltagem consiste no processo de germinação artificial da cevada, que potencializa o teor de amido, posteriormente convertido em açúcar e, por fim, em álcool.
Mergulhados em tonéis de água por cerca de dois dias, os grãos de cevada iniciam o processo de germinação.
Após um período que pode levar até 10 dias, os brotos do cereal são então levados para a secagem, com auxílio de ventiladores ou o uso de fumaça, geralmente de turfa, o que determina o caráter defumado de muitos whiskies.
Moagem e cozimento
Após a secagem, os cereais maltados são moídos e colocados em tonéis preenchidos com água quente.
Essa mistura é chamada de mosto e tem como objetivo extrair os açúcares solúveis.
O processo de cozimento do cereal acontece geralmente em três etapas, que diferem em temperaturas e tempos de cocção.
Fermentação
Acrescido de leveduras, o mosto inicia o processo de fermentação, produzindo álcool e dióxido de carbono.
O processo leva de 48 a 74 horas e resulta em uma espécie de cerveja forte e muito azeda, chamada de wash.
Destilação
Chegou a hora de extrair o álcool da mistura através do processo de destilação, que inicia com a fervura do mosto.
Como o álcool entra em ebulição a uma temperatura inferior à da água, ele primeiro evapora para, depois, se condensar em líquido novamente.
No caso da maioria dos whiskies escoceses, o processo de destilação é feito por duas vezes, enquanto outros – como os de origem irlandesa – são triplamente destilados.
Corte
Chegou a hora de selecionar as partes mais puras do líquido extraído até aqui.
Os vapores de álcool que sobem no destilador são divididos em três partes, sendo que a fração intermediária – conhecida como “corte médio” – é a única desejada e utilizável.
As demais serão destiladas novamente e voltam para a seleção dos cortes.
Preenchimento dos barris
Nesta etapa, o líquido terá a sua gradação alcoólica reduzida para cerca de 63% ou 64% e será envasado em barris de carvalho.
Nos Estados Unidos, a bebida é armazenada em barris novos e carbonizados, enquanto na Escócia é tradicionalmente envasada em barris usados.
Envelhecimento
Etapa crucial na produção de whisky, a maturação leva no mínimo três anos no caso do whisky escocês.
O processo envolve o armazenamento da bebida em barris de carvalho, cuja estrutura sólida e maciça permite completa vedação.
Além disso, os barris ajudam a eliminar compostos não desejáveis na bebida, enquanto também adicionam cores, notas sensoriais e taninos que variam conforme a madeira utilizada.
Blending
A maioria dos whiskies vendidos no mundo são misturas (blends) feitas entre whisky de malte e de grãos.
Mais de 40 whiskies podem ser combinados em um único rótulo – e a arte dos chamados Master Blenders consiste em construir sabores e aromas para que eles se equilibrem em uma bebida de caráter único.
Engarrafamento
Após passar por processos de homogeneização e filtragem, o whisky muitas vezes é diluído em um pouco de água com o objetivo de reduzir o teor alcoólico para algo entre 40% a 43%.
Na sequência, a bebida é envasada, rotulada, lacrada e está pronta para ser consumida da maneira que você preferir. Cheers!
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