Quermesse, quadrilha, pau de sebo, fogueira… as festas juninas e julinas evocam muitas memórias, principalmente no que diz respeito aos comes e bebes da temporada. Algo que não pode faltar em uma festa do tipo que se preze é o quentão, um verdadeiro clássico.
Como boa invenção brasileira, o quentão tem a cachaça como sua base. E, como uma criação tipicamente nacional, cada família e cada festa têm receitas próprias, passadas de geração para geração ao longo das épocas. O grande charme do coquetel são os seus temperos e especiarias, mais ou menos intensos dependendo de quem o prepara. Por isso, escrever a fórmula definitiva do quentão é uma tarefa sem fim.
“Dá para incluir outras especiarias, como capim-santo, alecrim, erva-doce, camomila…”, explica Kathelyn de Luna, bartender por trás da bancada do Yunika, em Recife, que ressalta a variação na quantidade dos ingredientes mesclados no quentão – no fim, tudo a gosto de quem prepara. A especialista repassa a sua receita tradicional para preparar o coquetel, que, no espírito familiar de fartura das festas juninas, serve de 10 a 15 pessoas.
Receita de Quentão (graduação alcoólica por porção: 18 g)
1 litro de cachaça Ypióca Prata
1,5 litro de água filtrada
300 g de açúcar refinado
10 a 20 unidades de canela em pau
5 a 8 unidades de cravo-da-índia
1 gengibre de 2,5 cm
20 unidades de pimenta rosa
5 unidades de anis-estrelado
Em uma panela, rale a canela e adicione o açúcar; macere gentilmente os cravos, a pimenta rosa e o gengibre picado e descascado; leve ao fogo baixo e misture até os ingredientes derreterem e o açúcar começar a caramelizar; adicione água aos poucos e aguarde entre 5 e 10 minutos até ferver; coe com uma peneira fina para outro recipiente e deixe o anis-estrelado entre 5 a 10 minutos na solução; retire o anis-estrelado, e conclua com a cachaça, misture com o auxílio de uma colher e aqueça a gosto antes de servir em copos térmicos
Clássico de rua ‘chic’
“O quentão é o que a gente chama de clássico de rua, aquelas misturas meio desordenadas que são servidas em festas de rua”, opina Márcio Felipe, headbartender do Imakay-SP, que cita outros o rabo de galo (cachaça + vermute tinto) e a maria mole (conhaque + vermute seco) como exemplos de drinks que se encaixam nessa categoria.
Tal como os clássicos citados, Marcio e Marcos Guimarães, headbartender do Sheraton Reserva do Paiva, em Cabo de Santo Agostinho, acreditam no potencial de twists mais sofisticados para o quentão. A essência das especiarias continuam, mas novos sabores e texturas emergem das releituras que tiram o coquetel da quermesse e o leva para o bar da sua casa, para ser degustado em meio aos amigos e à família durante uma quadrilha chic!
Quentão Sour (graduação alcoólica: 18,5 g)
60 ml de Ypióca 160 anos
25 ml de mix cítrico (limão taiti + limão siciliano)
15 ml de xarope de especiarias*
15 ml de clara de ovo
*em uma panela, prepare um chá com canela em pau e anis-estrelado em 100 ml de água; acrescente 200 g de açúcar e macere um pedaço de gengibre descascado; misture em fogo baixo até dissolver e homogeneizar a mistura; filtre para outro recipiente e leve à geladeira
Em uma coqueteleira, coloque todos os ingredientes e bata vigorosamente; adicione gelo e bata novamente; coe para um copo tipo old fashioned e finalize com um twist de casca de laranja e polvilhe um pouco de canela em pó sobre a espuma
Quentão Punch (graduação alcoólica por porção: 15,5 g)
200 ml de cachaça Ypióca Prata
1 litro de vinho tinto
150 ml de suco de laranja
100 ml de xarópe de açúcar
1 laranja bahia cortada em rodelas
1 limão taiti cortado em rodelas
5 morangos laminados
Canela em pau
Cravo
Anis-estrelado
Em uma jarra com gelo, coloque todos os ingredientes e acrescente as especiarias a gosto e misture; sirva em copos altos e finalize com um toque de refrigerante de limão e hortelã.
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