Afinal, do que é feito o whisky? Essa bebida é preparada a partir de cereais fermentados, água e levedura. A combinação parece simples, mas o processo envolve muito mais que uma breve mistura, e cada etapa tem grande impacto nas características finais da bebida, como sabor, aroma e coloração.
Entenda abaixo como é feito o whisky e o que, de fato, é essa bebida tão apreciada.
O que é whisky? Ingredientes, produção e mais

O whisky é uma bebida à base de grãos, e cada tipo tem uma proporção diferente desses cereais. O whisky bourbon, por exemplo, se baseia em grande parte no milho, enquanto o whisky scotch se baseia em cevada maltada. Outros ingredientes que podem dar origem a whisky incluem trigo, e centeio, cada um conferindo um sabor diferente à bebida.
Na fabricação da bebida, uma combinação de diferentes cereais é fermentada para dar origem ao álcool. Para esse processo, utiliza-se uma levedura, tipo de fungo responsável por metabolizar os açúcares presentes em determinados alimentos. Nesta etapa, destilarias podem escolher cepas específicas para gerar características únicas em termos de sabor e aroma.
Além desses, há ainda mais um ingrediente importante na lista dos necessários para fazer whisky: água. Nesse processo, a pureza e a composição mineral da água utilizada são cruciais para atingir determinados perfis da bebida.
História do whisky

O whisky é uma bebida cujas origens vêm da combinação de diversos acontecimentos. Um deles é a invenção da técnica de destilação, que aconteceu no Oriente Médio, Isso chegou posteriormente à Europa e passou a ser usada por monges na produção de bebidas medicinais. Eventualmente, a destilação passou a ser aplicada a cereais fermentados, criando as primeiras formas de whisky na Escócia e na Irlanda entre os séculos XII e XIII.
O primeiro registro de whisky aconteceu na Escócia e data de 1494. Na época, ele foi mencionado como “aqua vitae”, termo latim que significa “água da vida”. Inicialmente produzido em mosteiros, ele passou a ser fabricado em fazendas e outros locais parecidos. Os anos seguintes foram marcados por proibição e, por consequência, produção clandestina. Isso fez produtores criarem técnicas para disfarçar a bebida, moldando alguns estilos dela.
A globalização do whisky aconteceu no século XX e, atualmente, sua produção está pulverizada pelo mundo. Os principais fabricantes da bebida incluem Irlanda, Escócia, Estados Unidos, Japão e Canadá.
Tipos de grãos para fabricação de whisky

São diversos os grãos que podem ser fermentados para fabricação de whisky. A proporção de cada um e a combinação dependem do resultado que o fabricante deseja adquirir – e existem tipos de whisky que requerem uma quantidade exata de certos cereais para ser considerado legítimo. Veja abaixo alguns tipos de grãos que podem aparecer nesse processo:
Cevada maltada
Usado especialmente no whisky scotch single mal, esse grão traz notas maltadas, um leve sabor de biscoitos e discreta doçura. A maltagem do grão inclui um processo no qual ele é germinado e, depois, seco. Muitas vezes, esse processo também inclui turfa, algo responsável por um sabor defumado.
Milho
Principal ingrediente do whisky bourbon, o milho traz notas adocicadas que lembram caramelo e mel.
Centeio
Esse grão é comum nos Rye whiskies e traz notas picantes e condimentadas.
Trio
Menos comum, mas utilizados na composição de alguns whiskies, esse grão traz textura mais aveludada à bebida, além de sab
Como se faz o whisky

A fabricação do whisky tem detalhes que variam de destilaria para destilaria. Ainda assim, esse processo tem algumas etapas fundamentais. Entre elas, é possível citar: moagem e mosturação, fermentação, destilação, maturação e engarrafamento. Conheça cada uma delas abaixo:
Moagem e mosturação
Nesta etapa, os grãos são triturados (moagem) para liberar o amido que há neles. Esse amido é o que dá origem a açúcares para que o processo de fermentação seja viável. A mistura resultante, chamada de mosto, é misturada com água quente em grandes tonéis.
Fermentação
O produto da etapa anterior é transferido para tonéis de fermentação. Nesta etapa entra também a levedura, responsável por transformar o açúcar da mistura em álcool. Isso leva de dois a sete dias e cria um líquido semelhante a cerveja, já levemente alcoólico.
Destilação
Esta etapa dá origem à “base” do whisky. A mistura fermentada é transferida por alambiques de cobre ou colunas de destilação para concentrar o álcool e os compostos aromáticos. Neste processo, o teor alcoólico do líquido aumenta e ele se torna límpido, pronto para ser envelhecido.

Envelhecimento ou maturação
Esta é uma das etapas mais importantes da fabricação do whisky. Aqui, o líquido destilado é colocado em barris de madeira com características específicas para descansar durante alguns anos. Isso é o que faz a bebida desenvolver cor e sabores próprios – atributos que variam de acordo com o tipo de barril, o tempo de envelhecimento e mais.
O tipo de madeira do barril, por exemplo, já influencia muito no produto. Barris feitos de carvalho americano trazem notas de baunilha, caramelo e coco, enquanto os de carvalho europeu trazem sabor mais intenso, como frutas secas e especiarias. Alguns tipos de whisky são feitos em barris reutilizados, que já armazenaram vinho, xerez ou rum. Isso traz notas adicionais como frutas vermelhas e outras.
Outro ponto que dá o tom nesta etapa é o nível de carbonização do barril. Antes de armazenar o destilado, os barris podem passar por um processo de tosta que libera açúcares presentes na madeira. Quando o nível de tosta é alto, a bebida ganha tons adocicados e defumados. Já com uma tosta leve, é possível alcançar notas de especiarias e frutas secas.
O tempo de envelhecimento também varia de acordo com o resultado desejado. O scotch whisky, por exemplo, deve envelhecer durante ao menos três anos para ser envasado.
Engarrafamento
Após envelhecer pelo tempo desejado, o whisky é retirado dos barris e filtrado para remover possíveis impurezas. Em alguns casos, ele também é diluído para atingir determinada graduação alcoólica. Por fim, ele é envasado de acordo com as normas de cada fabricante.
Regulamentações do whisky

Cada país tem regras próprias com relação ao que pode ser chamado de whisky. Elas incluem, por exemplo, variações no tempo de maturação, na composição e até no teor alcoólico. Conheça algumas dessas regras abaixo:
Whisky no Brasil
Aqui, o whisky é regulamentado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). As exigências para a produção dessa bebida são as seguintes:
- Graduação alcoólica: entre 38% e 54%;
- Envelhecimento: no mínimo três anos em barris de madeira.
A mistura de cereais usados na composição do whisky e a quantidade de cada um varia de acordo com o tipo de whisky a se produzir. Todo whisky à venda no Brasil (seja ele produzido aqui ou importado) deve ter registro no MAPA, garantindo que a bebida passou pelos controles sanitários e de qualidade exigidos pela legislação.
Escócia
Outro país em que há produção tradicional de whisky é a Escócia. Lá, os fortes são os whiskies dos tipos single malt, blended mal e grain, cada um com regras específicos
Estados Unidos
Terra natal do whisky bourbon, o país tem normas específicas para a fabricação desse tipo de whisky. Elas incluem o seguinte:
- Composição: ao menos 51% de milho
- Envelhecimento: barris novos de carvalho e já carbonizados.
Já no caso do Rye whisky, também muito produzido em terras norte-americanas, a composição leva ao menos 51% de centeio.